Sou matuto nordestino desde menino!


Vagando pela estrada à fora da internet, me deparei com a coluna do jornalista Mauricio Stycer, a qual tem como postagem do dia 23/01/10 um texto intitulado: O Sonho do caipira Eliéser.
Assumo que quase nao li, pois um assunto que não me enche de curiosidade é o tal do Big Brother, mas a quantidade de críticas nos comentários me chamou a atenção.
Muita gente criticando o Mauricio por ter chamado o aspirante a famosidade de caipira. Segue o célebre trecho:

"Engenheiro agrônomo e modelo, aspirante a uma carreira de ator, o paranaense Eliéser, de 25 anos, é o caipira do BBB10. Até os 14 anos viveu em São Jorge do Ivaí, cidade com pouco mais de 5 mil habitantes, e de lá mudou-se para Maringá, com cerca de 300 mil habitantes."

Me corrijam se eu estiver errada: caipira não é a denominação para quem vem do campo?? Então não vejo discriminação alguma com o rapaz. Todos tem de concordar que uma cidade de 5 mil habitantes não é nenhuma metrópole e que, muito menos, caipira é algum insulto.

Todo esse rebuliço fez reaviver uma indignação já antiga dentro de mim: a mania que a maioria da população tem de achar que todo adjetivo é pejorativo e excludente. Parece aqueles complexos de cachorro sarnento de rua, uma mania de inferioridade sem fim.

Uma coisa que sempre me intrigou: Os negros que podem nos chamar de BRANCOS e nós que não podem chamá-los de PRETOS. Tudo não se resume a cor? E afinal não é a única coisa que nos diferencia? No restante somos idênticos! Mas inventa de chamar algum negro de preto que o no mínimo uns 10 processos e umas 70 ONGs Vão cair em cima de você com a fúria de cem búfalos cutucados. Concordo que cada termo muda dependendo do tom e da real intenção ao usá-lo. Isso sim tem de ser recriminado.

Outro motivo de minha revolta particular é a tal da LEI DE COTAS. Será que só eu nesse mundo entendo que deficiência na educação básica não atinge só os negros e sim a classe pobre em geral?? Existe pobre de tudo que é cor nesse mundo! Vai no interior do Rio Grande do Sul que você vai ver famílias paupérrimas com cabelos claros, pele cor de leite e olhos azuis! É justo só os negros, pardos e índios serem beneficiados com este "método igualitáio"?

Deixando um pouco os negros de lado (estou com medo de ser processada por alguma ONG de direitos humanos!), não é de hoje essa mania de índio não querer ser índio, nem nordestino bater no peito e gritar forte: "Sou do nordesTe genTe!"...enfim, cada etnia, nacionalidade, crença...tem sua parcela de participantes que negam sua verdadeira origem. Qual a graça de viver num país de tantas diversidades se a maioria quer ser diferente???

Então queridos leitores, esta postagem tem no mínimo duas utilidades:

1. Nos fazer refletir sobre o orgulho de ostentar nossa verdadeira origem;
2. Big Brother pode ser uma fonte de discussões (em raríssimos casos!!!hehehe)

Ahhh...e só para não deixar de lado meu berço!
Sou de Itaporanga, situada lá nos confins da Paraíba, cidade a qual o sol gostou tanto que resolveu estacionar e ficar por lá o resto da vida! Hoje ela tem cerca de 25 mil habitantes, nenhum sinal de trânsito, a carta de crédito mais usada é a caderneta, todo mundo te conhece como sendo de alguém (Ex.: Maria de Joaquim da barraca que vende arroz no mercado), o maior tablóide é a boca das beatas, a boate é um clube bem antigo onde só toca pagodão, a Champs Elysees de lá chama-se Getúlio Vargas e é onde toooooodo o comércio está concentrado, não existem supermercados, só mercadinhos; pode-se pegar qualquer coisa nas lojas e dizer: "Eu passo aqui depois para acertar a conta", de tarde as cadeiras estacionam nas calçadas, as crianças cruzam de bicicleta de um lugar para o outro, as praças e ruas são tomadas pela gurizada que brinca de bola e o trabalho mais pesado que a policia faz é advertir quem anda de moto sem capacete!

Sou caipira de Itaporanga! Pode não ser a melhor cidade do mundo para se viver, mas foi onde Deus escolheu para eu nascer e é lá que estão minhas raízes...é lá que eu sempre estarei ligada!




Abraço a todos!

O estopim!



Antes de inaugurar esse novo ano com uma postagem, queria agradecer ao estopim, que me fez reacender a veia literária, até então em stand by dentro de mim.
Depois de ler o blog do Gustavo Agripino senti aquele estalo de inspiração! Logo após recebi uma "twittada" de incentivo. Foi o estopim da bomba de palavras que estava, até então presa dentro de mim! Espero que gostem da nova temporada de posts!

Valeu grande mestre Gustavo!